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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Space Pirates

Bom, vamos por partes. Esse desenho foi o resultado de bastante tempo lendo A Fundação do Isaac Asimov ( ou como ele ficará para sempre na minha cabeça, Space Santa Claus). Não é uma retratação fiel de nenhum livro ou historia específica, mas somente algo que germinou do fato de eu estar com ficção cientifica na cabeça.



Eu comecei criando o personagem principal, um capitão pirata a lá Han Solo. Acho que uma definição ideal seria: Han solo mangá com influencias steampunk (estéticas, não tecnológicas ). Eu acabei puxando também um pouco de Patrulha Estelar (Space Battleship Yamato) quando pensava nele.

O nome dele é Capitão Dax (o "Capitão" é por exigência dele, eu duvido que tenha tido algum treinamento militar). A casaca que ele usa é uma lembrança de seu pai, um herói condecorado da marinha estelar.

O jovem Dax ( não mais do que 25 anos) é arrogante e imagina ser bem mais impressionante do que realmente é. Fuma antigos cigarros de filtro por achar que o habito lhe empresta um ar de experiência e excentrismo.

Eu tenho uma certa mania, um cacoete visual quando criando personagens aventureiros. Uma faixa vermelha que eu coloco passando por um dos olhos do personagem. Eu não sei direito como explicar porque isso faz sentido para mim.

Isso sempre parece (para mim pelo menos) automaticamente dar um passado para o personagem. Algo aconteceu , algo que não sabemos, que lhe deu aquela marca: pode ser uma marca de fugitivo; uma tatuagem que o liga a algum grupo ou tribo; uma marca magica ou runa de poder; uma marca de alteração cibernética,um simbolo de luto ou talvez uma simples pintura de guerra...É um detalhezinho bobo, mas tem significado para mim.

De qualquer forma, com o capitão terminado eu parti para a ilustração principal. A ponte de comando. Eu vou tentar mostrar as diferentes etapas até o resultado final.

Eu fiz o que eu sempre faço quando não tenho a ideia muito fechada na cabeça: fiz uma marcação rápida e deixei para resolver tudo na pintura.

Começo jogando um meio tom cinza azulado(1). Isso vai me dar uma boa base: as luzes vão ficar mais claras do que isso e as sombras mais escuras.
Depois vou apontando as fontes principais de luz: o azul do primeiro plano e o amarelo do fundo. Eu faço a pintura toda por baixo do traço(2) (o desenho todo é feito no photoshop, caso não tenha ficado claro) marcando primeiro as manchas principais, depois detalhando os volumes dos elementos da composição(3).

1: 2:
3:
Ok temos então a nossa base inicial com as luzes determinadas. Baixo um pouco a opacidade do traço (60%) e começo a detalhar o layer de luz que eu fiz até agora:


Eu deveria detalhar um pouco mais antes de passar para o overpainting ( pintando por cima do traço) mas eu sou muito impaciente e já começo a detalhar os personagens, focando no personagem principal. Eu também decido mudar a luz que está vindo da janela. Eu não sei exatamente onde essa cena se passa, se é uma nave ou base, mas decido que vai ser no espaço ao invés de algum lugar com uma atmosfera desértica.

Mudo algumas coisas que me incomodam no desenho ( o braço do homem de costas, alguns detalhes no fundo, mais algumas questões de luz. Dou também um detalhada no holograma que eles estão vendo ( só pra ter uma ideia do que eu quero,já que eu não planejei o desenho com muita antecedência)



Mais detalhes em geral, e com um layer de ajuste eu dou uma aquecida no desenho ( estava ficando muito azul)

MAIS DETALHAMENTO! ( chega uma hora que a estrutura toda do desenho já está feita, e a maior parte do trabalho acaba sendo só acabamento). Resolvo tirar o homem do canto direito e colocar uma mulher para dar uma equilibrada. Depois que eu comecei a ver o barbudinho do lado esquerdo como uma espécie de Mentor (HE-MAN) a mulher automaticamente virou a Teela na minha cabeça ( o tipo de personagem, não a estética). No final ela ficou uma mescla de Teela com a Uhura do Star Trek (seriado antigo, não filme novo)


E como este passo-a-passo já está enorme vou passar para o trabalho finalizado. Mais acabamento. Decido que o cara grandão vai ter braços mecânicos ao invés de armadura. coloco um traço vermelho passando por todos personagens na mesa de luz. Mais um monte de coisinhas minúsculas, ajustes e texturas e voilá:

(Clique na imagem para aumentar)

Bom é isso. Pra quem teve saco de ler até o final aí está. Eu não tenho certeza quanto tempo eu levei para fazer essa ilustração, já que foi feita entre um trabalho ou outro. Provavelmente umas duas, tres semanas. Ainda tinha um monte de coisa que eu queria colocar nela, detalhes e tal, mas a vida é muito curta.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ranger

Brincando com hachuras. Eu não me lembro exatamente o que eu estava lendo na época que eu desenhei isso. Provavelmente alguma coisa do Cornwell. E eu também estava jogando Dragon Age. Então eu já estava quase saturado de escapismo fantástico medieval.

Eu passo por ciclos de extremo escapismo, que em geral são seguidos por momentos de pequena amargura e depressão. Normalmente quando eu não estou me distraindo com algo fútil e divertido, ou me ocupando trabalhando, eu começo a pensar demais. E isso para um pessimista nunca é bom.

Eu sempre fico me sentindo um pouco culpado depois que eu termino um desenho como esse. Parece muito infantil, muita projeção, muita frustração.

Muito escapista.

Eu imagino que seja assim que comedores compulsivos se sentem depois de se empanturrar de porcaria. Eles sabem que não devem, mas a outra opção é por demais sofrida e sem graça.

Eu sei que eu não devia. Eu sei que podia me esforçar para ser um artista melhor. Mas acho que anos de quadrinhos e videogames e livros e filmes deixaram-me permanentemente marcado. Eu não sei pensar de outro jeito. O mundo real parece um lugar tão randômico, cinza e sem propósito. As coisas não acontecem do jeito que deveriam acontecer. Não há roteirista, não há escritor. O excepcional e o fantástico não tem espaço. Apenas o mundano. O mediano. O medíocre.

O que deveria ser puro é deturpado, e o que deveria ser profundo é ralo. O simples e o complexo trocam de lugar sem cerimonia alguma. Nem a inteligentíssima decadência auto ciente tem o seu lugar, substituída por mera putrefação burra. No final das contas, o que quero dizer para o mundo real e todos seus habitantes é:

Não tenho interesse algum em transitar por suas ruas.

Mas eu me estendo demais... como sempre faço em meus momentos mais reflexivos. Depois de algum tempo vou arranjar outra distração e o ciclo começará novamente. Sempre é sauldavel desenhar mais e pensar menos.

sábado, 6 de março de 2010

KONG

Eu vou tentar fazer mais ou menos um passo a passo dessa ilustração. levou cerca de uma semana.

Eu comecei com um esboço bem solto de uma mulher e um gorila. Depois comecei a jogar os cinzas e determinar as luzes e sombras.


Depois disso eu comecei a detalhar a mulher e o gorila. Eu não estava gostando muito de como a perna da mulher estava, e depois que mudei, não parecia mais que ela estava saltando.

Quando coloquei as botas a jato a personagem mudou completamente, se tornando mais high tech.
Depois que eu terminei toda a armadura da mulher, o fato dela estar lutando com um gorila começou a me incomodar. Aquela cena não estava me dizendo muito. Então eu acabei transformando o gorila numa espécie de monstro frankenstein.



O concept do monstro ainda não estava me convencendo, então também mudei a mão. Agora com tudo mais redondo, eu já passo para a colorização. Faço uma camada por cima de tudo e coloco em overlay. E ai começo a colorir.

Depois que as cores estão acertadas , eu flato tudo e começo a pintar por cima, fazendo ajustes e correções. Coloco um pouco de fumaça para separar os dois planos, faço aindo alguns ajustes de cor e luz, corrijo qualquer coisa que não esteja me agradando ou funcionando, e pronto.

Terminado:

domingo, 3 de janeiro de 2010

Vikings...De novo.



Esses dois desenhos são para a camisa de final de ano da SeagullsFly. O escolhido no final foi o segundo. Essa é a vinheta de final de ano que inspirou o desenho.

Eu não tenho nenhum amor específico por vikings, mas depois de tantos projetos nesse ano envolvendo esses trombadinhas nórdicos , os garotos cresceram no meu conceito.

Visualmente eles são o protótipo do barbaro medieval (ou pré-medieval, eu não tenho certeza em qual categoria histórica eles se encaixam). Eu nunca usei muito por essa estética, mas depois de muito estudo e referencias, vi que na verdade eles tem coisas muito interessantes e que criadores de personagem chupinham discaradamente até hoje.

Bom, feliz 2010.